Flores e frutos do cacau

 


Dia de reverenciar a Primavera! Hoje é dia 22 setembro, entrada de uma nova estação, simbolicamente nos traz desejo de renovação e por que não de reflexão...

Trago nesta primeira imagem uma cena linda, de dentro da Mata Atlântica, mais especificamente no sul da Bahia. Cena bem corriqueira para quem trabalha com cacau, mas para mim muito mágica! Sempre que olho com atenção a esta perfeição que é a flor do cacau, fico encantada! Ela vem com toda esta sua sutileza em formas e cores, simultaneamente forte, direto do caule do cacaueiro, buscando luz onde há sombra, e muito persistente, pois leva meses até se transformar no fruto do cacau. 

No intervalo, entre esta pequena flor e a colheita do cacau maduro, entram em ação todas variáveis: sol, umidade, calor, chuva, insetos, pragas, seca...

Entra em cena também o olhar (e o trabalho duro) da equipe da fazenda, que observa e está ali cumprindo protocolos agrícolas, dos quais entendo muito pouco de fato, mas sei de sua complexidade e os respeito demais! 

Logo, sublinho: é desta maravilha da natureza que vem o chocolate que você consome. 

Pois num paralelo muito bem alinhado com este ciclo natural com origem na cabruca: flor/fruto/chocolate, trago outra situação para reflexão. A sucessão, a transmissão de inúmeros saberes e a ação do tempo em gerações de famílias envolvidas na cadeia produtiva do cacau. Observo com atenção a este movimento há quase 10 anos quando comecei trabalhando com uma fábrica gaúcha de chocolate, e com mais proximidade ainda desde maio quando fiz lives no Instagram com cerca de trinta amigos, envolvidos diretamente na produção de cacau e de chocolate tree to bar e bean to bar no Brasil, ou ainda no setor de eventos e de pesquisa deste meio. 

A maioria dos entrevistados são adultos, muitos deles são a segunda, ou a terceira ou a quarta geração numa mesma fazenda, cumprindo com seriedade o legado deixado por seus antepassados. Assim trago nomes como Juliana e Tuta Aquino, Pedro Magalhães Neto, Patricia Viana Lima, Henrique de Almeida, Leonor e Antônio Lavigne, entre muitos outros nomes com quem conversei. Todos eles abriram suas historias familiares e trajetórias empreendedoras para mim e ajudaram a compôr meu aprendizado incessante sobre este tema. Foram conversas ótimas e muito ricas em conteúdo para quem ama cacau e chocolate. 


Logo num segundo bloco de lives super especial, conversei com crianças do cacau e do chocolate, e lógico, com seus pais. Lua, Julia, Laura e Tom...estes meus convidados foram mais do especiais, eles foram incríveis!  Todos cientes da grande responsabilidade que tem! Trouxeram um novo olhar, falaram "bonito" assuntos que são de "gente grande", alguns com um pouquinho de timidez outros com fluência e muita técnica, mas os quatro nos mostraram que não estão de brincadeira: contaram o quanto é importante ensinar/aprender a respeitar a terra, a produção agrícola, os saberes tangíveis e intangíveis passados entre gerações, a observação da natureza, o encantamento com o ofício dos pais e avós, as lendas, o empreender no Brasil com disciplina, resiliência e inovação... Estes quatro pequenos fazem parte deste mosaico de rostos que movimentam a máquina do chocolate tree to bar e bean to bar no Brasil. Nos mostram o quanto é especial este cenário e me fazem acreditar que independente do futuro que eles escolherem profissionalmente, estarão carregando em si as sutilezas e as forças das flores do cacau, até que eles se transformem brilhantemente em frutos lindos e fortes! Muita emoção em poder ajudar a contar esta história ao mercado! 



E, a Primavera? Ah sim, seja muito bem vinda e que nos traga muitas novidades. Nossa parte faremos, em breve ações muito bacanas florescendo aqui através do Projeto Chocolate no Brasil. Siga-nos aqui no blog e também no instagram @chocolatenobrasil. Te vejo lá!


texto por Juliana Recuero Ustra

em 22 de setembro 2020

para blog Chocolate no Brasil



Crédito das imagens cedidas: Patricia Viana Lima /Fazenda São José. 



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